Em um discurso conciliatório, a primeira-ministra Theresa May propôs hoje que haja um período de transição de "cerca de dois anos" depois da saída do Reino Unido da União Europeia para permitir a adaptação de empresas e serviços públicos. Durante este período, o acesso aos mercados seria feito nos termos atuais da UE.
No pronunciamento realizado em Florença, na Itália, May pediu criatividade e ambição aos negociadores e prometeu transformar o Reino Unido num promotor do liberalismo econômico em escala global.
A primeira-ministra britânica tenta criar um ambiente favorável para a retomada das negociações, na próxima segunda-feira. Ela disse que a Brexit (saída britânica, em inglês), que deve ocorrer até março de 2019, "não significa que estamos virando as costas para a Europa ou, pior ainda, que não queremos o sucesso da UE".
Seu discurso, ao lado dos ministros das Finanças, Philip Hammond, e do Exterior, Boris Johnson, que já discutiram publicamente sobre os termos da Brexit, tenta apresentar uma unidade de posições dentro do governo britânico.
Os principais temas no início das negociações são os direitos que os cidadãos europeus terão no Reino Unido fora da UE, os compromissos financeiros que o país assumiu como membro do bloco e a fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, que no momento está aberta.
Para ficar no mercado comum europeu, como pressionam o setor financeiro e as grandes empresas multinacionais com negócios no Reino Unido, os britânicos terão aceitar a livre circulação de pessoas, mercadorias e capitais. A questão da imigração, decisiva para a derrota dos europeístas no plebiscito de 23 de junho de 2016, não seria resolvida.
A realidade é que os partidários da saída da UE não acreditavam na vitória, não estavam preparados e não tem a menor ideia de como acabar com uma parceria de 44 anos. Nas últimas pesquisas de opinião, a maioria é contra.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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