Por decreto real, o sultão Salman ben Abdul Aziz al Saud decidiu autorizar as mulheres da Arábia Saudita a dirigir. Era o único país do mundo onde as mulheres eram proibidas de dirigir. O decreto entra em vigor em junho de 2018, dando tempo a um comitê governamental de examinar as consequências da medida.
"Examinamos as consequências negativas de não deixar as mulheres dirigirem e os aspectos positivos de permitir que o façam, levando em consideração a necessária regulamentação com base no direito islâmico e sua aplicação", diz o decreto real.
Para as mulheres sauditas, foi a vitória numa campanha que durou décadas: "Estamos empolgadas. Estamos na lua", declarou Hatun al Fassi, historiadora e feminista saudita. "Nossa luta, nossos anos de trabalho, finalmente deram resultado. Nosso direito foi conquistado. É um momento histórico. O rei Salman tomou uma decisão história."
A medida, imediatamente criticada pelos sauditas conservadores nas redes sociais, chega num momento de grandes reformas promovidas pelo príncipe herdeiro Mohamed ben Salman. Ele pretende abrir a economia da Arábia Saudita para acabar com a dependência do petróleo.
O rei Salman mudou a regra sucessória, nomeando seu próprio filho como príncipe herdeiro. Será o primeiro rei saudita que não será filho do fundador do país Abdul Aziz al Saud.
Desde o início do mês, dezenas de pessoas foram presas por articular uma suposta oposição a uma abdicação do rei Salman em benefício do filho.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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