Alguns países em desenvolvimento, entre eles a Índia, têm abundância de fontes de energia renováveis e não precisam depender de carvão e petróleo como os países desenvolvidos para elevar o nível de vida. Até 2050, a Índia pode gerar toda sua energia elétrica de fontes renováveis, concluiu uma pesquisa da Universidade de Tecnologia de Lappeeranta, na Finlândia.
O estudo aponta a energia solar como principal alternativa. As células fotovoltaicas são a fonte mais barata e baterias garantiriam o suprimento durante a noite. As necessidades de energia incluem dessalinização de água.
"A possibilidade de que um país como a Índia possa se mover rumo a um sistema elétrico dentro de três décadas e que possa fazê-lo mais economicamente do que no sistema atual mostram que os países em desenvolvimento podem pular a fase de emissões intensivas. É uma vantagem competitiva", observou o coordenador do maior projeto de desenvolvimento de energia solar da Finlândia, Pasi Vainikka.
Só numa época do ano, durante as chuvas torrenciais da temporada das monções, o sol brilha menos na Índia. A insolação menor seria compensada pelo aumento da geração de energia hidrelétrica e energia do vento.
Com menos emissões de gases carbônicos, a Índia também reduziria a poluição do ar, responsável por milhares de mortes todos os anos. Quatro cidades indianas, inclusive a capital, Nova Déli, estão entre as dez cidades com ar mais poluído do mundo.
Pelas estimativas da pesquisa, o custo da energia renovável em 2050 seria de 52 euros (R$ 194,40) por megavate-hora se for computado apenas o setor de energia. Com a dessalinização e o uso industrial de gás natural, o custo cairia para 46 euros (R$ 172) por MWh. O custo atual é de 57 euros (R$ 213,09) por MWh.
O investimento necessário para tornar a energia elétrica indiana 100% renovável é de 3,38 trilhões de euros (R$ 12,636 trilhões), estimando-se um aumento da demanda de 1,72 bilhões de MWh em 2015 para 6,2 bilhões de MWh em 2050.
Com a mudança da matriz energética, a Índia teria plenas condições de atingir suas metas dentro do Acordo do Clima para conter o aquecimento global assinado em 2015 em Paris para limitar o aumento da temperatura da Terra em dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Índia pode gerar 100% da energia elétrica de fontes renováveis
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