Um dos terroristas que tentaram matar a estudante paquistanesa Malala Youssafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2014, foi morto numa ação da polícia do Paquistão durante esta semana, quando os muçulmanos fazem a Festa do Sacrifício (Eid al-Adha), logo depois da peregrinação anual a Meca.
O terrorista, identificado apenas como Khursheed, era primo de Fazal Hayat, mais conhecido como o mulá Fazlullah, um dos comandantes dos Talebã do Paquistão, considerado o mandante da tentativa do assassinato de Malala. Khursheed foi um dos quatro jihadistas que tentaram matar a menina. Também era acusado de atacar uma delegacia de polícia em Caráchi, a maior cidade paquistanesa.
Malala Youssafzai tinha um blogue onde escrevia com pseudônimo para a televisão pública britânica BBC. Desde os 11 anos, contava detalhes da vida na vale do Swat, onde seu pai dirigia uma rede de escolas, sob pressão dos fundamentalistas. Defendia o direito das meninas à educação, rejeitado pelos extremistas muçulmanos.
Quando o Exército paquistanês interveio na região, o jornal americano The New York Times, um dos mais importantes do mundo, fez um documentário sobre ela. Malala deu várias entrevistas e foi nomeada pelo arcebispo sul-africano Desmond Tutu, laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 pela luta contra o regime racista do apartheid na África do Sul para o Prêmio Internacional da Criança.
Em 9 de outubro de 2012, quando tinha 15 anos, quatro terroristas invadiram o ônibus escolar onde ela estava e dispararam três tiros. Ela foi atingida na cabeça. Ficou vários dias em coma e depois foi transferida para um hospital em Birmingham, a segunda maior cidade do Reino Unido.
Vítima de uma brutal tentativa de assassinato, Malala sobreviveu num milagre da medicina e se tornou, nas palavras da rádio Voz da Alemanha, "a adolescente mais famosa do mundo". Em 2014, foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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