Em tom de desafio, o ditador Bachar Assad, reassegurado pelo adiamento do bombardeio dos Estados Unidos à Síria diante da iniciativa diplomática da Rússia, admitiu pela primeira vez que seu regime tem armas químicas, mas exigiu o fim da ameaça de uso da força para entregar suas armas químicas para destruição pelas Nações Unidas.
Durante entrevista à televisão russa, Assad reafirmou a disposição de seu governo de assinar a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Fabricação, Estocagem e Uso de Armas Químicas e sua Destruição. Isso lhe daria 30 dias para revelar onde estão as armas proibidas.
"Isso não vai acontecer unilateralmente", advertiu Assad. "Os EUA precisam parar de ameaçar a Síria".
Neste momento, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, acabam de dar entrevista coletiva em que os EUA advertiram que a negociação "não é um jogo" e que "deve haver consequências" se o acordo não for cumprido.
Lavrov alegou que a posição política da Rússia estava claramente exposta em artigo do presidente Vladimir Putin publicado ontem no jornal The New York Times, alegando que ignorar o Conselho de Segurança levaria a ONU ao mesmo destino da Liga das Nações, extinta depois de não conseguir evitar a Segunda Guerra Mundial.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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