Em entrevista coletiva há pouco na Casa Branca, o presidente Barack Obama revelou ter falado ao telefone durante 15 minutos com o novo presidente do Irã, Hassan Rouhani, reiterando a posição dos Estados Unidos. Obama fez a ressalva de que não há garantia de sucesso nesse diálogo, mas declarou acreditar que é possível um acordo para impedir que o programa nuclear iraniano desenvolva armas atômicas.
Durante sua primeira visita aos Estados Unidos, para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas, já que os dois países não mantém relações diplomáticas há 34 anos, Rouhani afirmou que o Irã não intenção de fabricar armas atômicas e não negou o Holocausto dos judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Rouhani presentou-se como um líder pragmático, confiável e aberto ao diálogo, ao contrário de seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, que ameaçava varrer Israel mapa, o que só pode ser feito com armas nucleares.
O diálogo direto está aberto. Na essência, as posições ainda são muito distantes. Os EUA e a Europa exigem que o Irã pare de enriquecer urânio e abra suas instalações sem restrições a inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O Irã insiste em que não está fazendo a bomba, mas tem direito de desenvolver tecnologia nuclear para fins pacíficos, nos termos do Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Desta vez, com o cerco imposto pelas sanções à economia iraniana, o presidente tem o aval do Supremo Líder Espiritual da Revolução Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, que é quem manda de fato na República Islâmica do Irã.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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