O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou hoje que a investigação das Nações Unidas prova que o governo Bachar Assad é responsável pelo ataque com armas químicas que matou 1.429 pessoas, sendo 426 crianças, em 21 de agosto de 2013, na periferia de Damasco, a capital da Síria.
Kerry citou como provas os dados obtidos por depoimento de testemunhas e sobreviventes, exame de destroços e resto do ataque, fotografias e análise balística da trajetória dos foguetes com armas químicas comprovam a acusação: "Cada detalhe confirma o que já sabíamos e o que dissemos aos Estados Unidos e ao mundo", declarou.
Por imposição russa, a investigação da ONU não apontou culpados, apenas descreveu os fatos, mas o foguete saiu de uma área controlada pelo governo para atacar uma área de onde o regime tentava desalojar os rebeldes.
O chefe da diplomacia dos EUA desmente assim a alegação feita ontem pela Rússia de que foram os rebeldes que usaram as armas proibidas por uma convenção internacional, de acordo com provas supostamente obtidas pelo regime sírio. E acrescentou: "O Conselho de Segurança da ONU precisa agir na próxima semana".
Em entrevista à televisão americana Fox News, Assad acusou os rebeldes do uso de armas químicas. Sob pressão de um bombardeio dos EUA e aliados, o ditador da Síria admitiu entregar suas armas químicas. Precisa apresentar uma lista até sábado, mas alega ser necessário pelo menos um ano para destruí-las.
No Conselho de Segurança, a Rússia rejeitou um anteprojeto de resolução apresentado pela França para legalizar a remoção e a destruição das armas químicas da Síria. A Rússia se nega a aceitar cláusulas admitindo o uso da força caso o regime sírio não cumpra a promessa de se desfazer das armas.
A situação está num impasse, mas o governo Barack Obama reafirma a decisão de atacar militarmente a Síria se as tentativas diplomáticas fracassarem.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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