domingo, 1 de setembro de 2013

EUA acusam Síria de usar gás sarin contra civis

O gás sarin foi o agente neurotóxico usado nas armas químicas usadas pelo governo na guerra civil da Síria em 21 de agosto de 2013, afirmou hoje o secretário de Estado americano, John Kerry, citando resultados de exames de laboratório na tentativa de convencer o Congresso dos Estados Unidos a autorizar o presidente Barack Obama a intervir militarmente.

As amostras examinadas são de pele e cabelos dos funcionários dos serviços de emergência que socorreram as vítimas do ataque ocorrido na periferia de Damasco, a capital síria, informa o jornal americano The Washington Post.

Pelos relatórios dos serviços secretos dos EUA, 1.429 pessoas morreram no ataque, inclusive 426 crianças. Foi o pior ataque com armas químicas no mundo inteiro desde que o então ditador iraquiano Saddam Hussein atacou a cidade de Halabja, a Hiroxima curda.

Como havia advertido o ditador Bachar Assad há um ano de que o uso de armas químicas seria uma "linha vermelha" que o regime sírio poderia, na sexta-feira, o presidente Obama anunciou que deve fazer um ataque "limitado" contra a Síria para punir o governo, se obtiver a aprovação do Congresso.

Na prática, a grande preocupação dos EUA é com a produção e tráfico de armas de destruição em massa que possam cair nas mãos de terroristas. O governo americano acredita que a única maneira de realizar um atentado mais mortífero do que os de 11 de setembro de 2001 é com armas químicas, biológicas ou nucleares. Há uma obsessão pelo seu controle que justifica tudo, até mesmo a espionagem eletrônica via Internet.

Para controlar o arsenal de armas químicas da Síria caso o país caia na anarquia, seria necessária uma invasão com soldados por terra, o que foi descartado pelo presidente Obama. Se for preciso, Israel, que também é um provável alvo de quem possa tomar as armas químicas, está pronto para intervir.

Nem os EUA nem Israel querem derrubar Assad neste momento, temendo que grupos jihadistas tenham participação importante no futuro da Síria. A maior interessada é a Arábia Saudita, dentro de sua disputa com o Irã pela liderança do Oriente Médio.

Ao bombardear Assad, os EUA podem ajudar os sauditas e extremistas muçulmanos ligados à rede terrorista Al Caeda. Os rebeldes sírios já se preparam para entrar nas áreas bombardeadas pelos EUA.

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