Uma mensagem do subcomandante Raúl Reyes, morto por em território equatoriano por um ataque aéreo colombiano em 1º de março de 2008, indica que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) deram US$ 400 mil, em outubro de 2006, para a campanha eleitoral do atual presidente do Equador, Rafael Correa.
É a terceira vez que a acusação se repete. Os primeiros indícios estava num computador apreendido no acampamento onde Reyes morreu. Depois, foi divulgado um vídeo em que o comandante militar das FARC, Mono Jojoy, contava que o grupo ajudou a financiar a campanha de Correa.
Nas duas oportunidades, o líder equatoriano repudiou com veemência as acusações. Recentemente, chegou a ameaçar a Colômbia com uma resposta militar, caso o território do Equador seja invadido outra vez.
Agora, a informação estaria num diário pessoal de Reyes.
Sem a ajuda do aliado e padrinho político Hugo Chávez, presidente da Venezuela, Correa não tem a menor condição de enfrentar a Colômbia, que na última década recebeu US$ 7 bilhões de ajuda dos Estados Unidos dentro do Plano Colômbia, destinado a combater a guerrilha e o tráfico de drogas.
Correa, que daqui a 10 dias começa um segundo mandato, sugeriu que alguém pode ter usado seu nome para tomar dinheiro da guerrilha colombiana, que movimenta centenas de milhões de dólares por ano graças a suas ligações com o tráfico de drogas.
Uma das promessas da campanha de Correa que atraiu a ajuda das FARC foi fechar a base militar americana em Manta. Em troca, a Colômbia ofereceu três bases militares aos EUA em território colombiano, irritando Chávez, Correa e até mesmo o governo brasileiro, que cobrou explicações através do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
O presidente Álvaro Uribe respondeu que foi uma decisão soberana da Colômbia e resolveu não ir à reunião de cúpula da União das Nações da América do Sul (Unasul), um dos projetos mais importantes da política externa do governo Lula.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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