sábado, 29 de agosto de 2009

Karzai amplia vantagem em eleição fradulenta

Depois de três dias divulgar parciais, a Comissão Eleitoral do Afeganistão anunciou ter totalizado a apuração de 2 milhões de votos, cerca de um terço do total.

O presidente Hamid Karzai ampliou sua vantagem sobre o ex-ministro do Exterior Abdullah Abdullah, agora em 46,2% a 31,4%.

Se ninguém obtiver mais da metade dos votos, haverá segundo turno em 1º de outubro. Mas o resultado está sendo contestado por mais de mil denúncias de fraude, de votos falsificados, violência e intimidação de eleitores.

Ha dois dias, o enviado especial do governo Barack Obama, Richard Holbrooke, teve uma discussão acalorada com Karzai, advertindo que, se não houver segundo turno, todo o processo eleitoral será desmoralizado.

Ao criticar esta atitude, comentaristas americanos observaram que intervenção de Holbrooke ameaça minar a credibilidade de qualquer futuro governo afegão.

No final das contas, a questão central é quem ganhou nas eleições: o governo e o projeto democrático imposto pela invasão americana ou a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes)?

Os Talebã perderam ao não conseguirem impedir a eleição nem realizar grandes atentados em 20 de agosto, dia da votação. Mas podem ganhar politicamente se a eleição se mostrar corrupta e o futuro governo ineficaz e inoperante na maior parte do país. Isso seria uma derrota para a estratégia do presidente dos Estados Unidos para a luta contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos.

Obama sabe que o jihadismo não pode ser derrotado só com a força das armas. É preciso criar uma sociedade que funcione e melhorar as condições de vida miseráveis da maioria da população de 27 milhões de habitantes.

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