Depois de três dias divulgar parciais, a Comissão Eleitoral do Afeganistão anunciou ter totalizado a apuração de 2 milhões de votos, cerca de um terço do total.
O presidente Hamid Karzai ampliou sua vantagem sobre o ex-ministro do Exterior Abdullah Abdullah, agora em 46,2% a 31,4%.
Se ninguém obtiver mais da metade dos votos, haverá segundo turno em 1º de outubro. Mas o resultado está sendo contestado por mais de mil denúncias de fraude, de votos falsificados, violência e intimidação de eleitores.
Ha dois dias, o enviado especial do governo Barack Obama, Richard Holbrooke, teve uma discussão acalorada com Karzai, advertindo que, se não houver segundo turno, todo o processo eleitoral será desmoralizado.
Ao criticar esta atitude, comentaristas americanos observaram que intervenção de Holbrooke ameaça minar a credibilidade de qualquer futuro governo afegão.
No final das contas, a questão central é quem ganhou nas eleições: o governo e o projeto democrático imposto pela invasão americana ou a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes)?
Os Talebã perderam ao não conseguirem impedir a eleição nem realizar grandes atentados em 20 de agosto, dia da votação. Mas podem ganhar politicamente se a eleição se mostrar corrupta e o futuro governo ineficaz e inoperante na maior parte do país. Isso seria uma derrota para a estratégia do presidente dos Estados Unidos para a luta contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos.
Obama sabe que o jihadismo não pode ser derrotado só com a força das armas. É preciso criar uma sociedade que funcione e melhorar as condições de vida miseráveis da maioria da população de 27 milhões de habitantes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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