Em um recuo no apoio ao presidente deposto, José Manuel Zelaya, os Estados Unidos não vão impor sanções contra o governo golpista de Honduras, revela uma carta enviada pelo Departamento de Estado ao senador Richard Lugar, o republicano mais importante na Comissão de Relações Exteriores.
"Condenamos energicamente as ações de 28 de junho", diz na carta o secretário de Estado adjunto para assuntos legislativos, Richard Verma, referindo-se ao golpe militar. Mas, em seguida, faz uma ressalva: "Também reconhecemos que a insistência do presidente Zelaya em realizar ações provocadoras contribuiu para polarizar a sociedade hondurenha e desencadear os acontecimentos que levaram à sua queda."
É a maior crítica feita oficialmente até agora pelo governo dos EUA, corresponsabilizando-o pela situação.
Como maior parceiro comercial da pequena e pobre Honduras, os EUA tem grande poder de pressão sobre o governo golpista.
Para Michael Shifter, analista do InterAmerican Dialogue, "em Honduras, isto será visto como um sinal de que Washington aceita que o atual governo fique até as próximas eleições [em novembro] e que os custos do isolamento internacional, embora considerável, sejam menores do que o risco de uma volta de Zelaya ao poder, ainda que com poderes limitados".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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