Sem a presença da oposição, que se retirou em sinal de protesto, o Senado da Colômbia aprovou ontem a realização de um plebiscito sobre uma emenda constitucional para permitir que o presidente Álvaro Uribe concorra a um terceiro mandato no ano que vem.
A proposta vai agora para a Câmara, onde deve ser aprovada.
Ex-governador do departamento de Antióquia, Álvaro Uribe Vélez foi eleito em 2002 com a promessa de derrotar militarmente as guerrilhas de esquerda, depois de negociações de paz fracassadas nos governos anteriores, de Andrés Pastrana e Ernesto Samper. No dia da posse, uma série de atentados atribuídos às FARC matou cerca de 100 pessoas.
Com a ajuda de bilhões de dólares de ajuda dos Estados Unidos no Plano Colômbia, Uribe negou legitimidade à guerrilha e tentou enfraquecê-la de todas as formas, inclusive com suborno para que rebeldes abandonassem a luta e aliança com grupos paramilitares de direita.
Fortalecido pela queda de até 80% no número de sequestros e atentados, Uribe foi reeleito em 2006 e manteve a linha dura no combate à guerrilha.
Em 1 de março de 2008, um ataque aéreo colombiano para matar o subcomandante das FARC, Raúl Reyes, em território equatoriano gerou uma crise internacional. A negociação para permitir o uso de sete bases militares da Colômbia pelos EUA, revelada no mês passado, irritou outros países da América do Sul, inclusive o Brasil.
Mas a morte do comandante supremo das FARC, Manuel Marulanda, o Tirocerteiro, a prisão ou morte de outros comandantes guerrilheiros e a libertação da ex-senadora e ex-candidata à presidência Ingrid Betancourt, em julho do ano passado, consolidaram a popularidade de Uribe. Como o vizinho e adversário político Hugo Chávez, avança rumo ao terceiro mandato.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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