Os criadores de porcos estão argumentando que a atual doença contagiosa capaz de provocar uma pandemia, uma epidemia de escala global, deveria ser chamada de gripe norte-americana porque começou no México e nos Estados Unidos, e não de gripe suína, o que vem afetando seriamente os negócios.
Algumas medidas parecem oportunismo mercantilista, proibindo as importações de carne de porco e derivados, quando não há evidências de contaminação desses produtos. O vírus já passou do animal para o homem.
A Organização Mundial da Saúde elevou na segunda-feira, 27 de abril, de 3 para 4, numa escala de 6, o nível de alerta de pandemia porque a doença passou a ser transmitida de homem para homem. É aí que está o perigo.
Quando houve um surto de gripe aviária na Sudeste da Ásia, na Indonésia, no Vietnã, nas Filipinas e também na China e em Hong Kong, o medo era de que vírus das aves entrasse em contato com os vírus da gripe humana e se transformasse num vírus capaz de ser transmitido de pessoa para pessoa. Como isto não aconteceu, o epidemia foi controlada.
Na epidemia atual, o vírus H1N1 já passou pela mutação. É agora um vírus humano. Já correu o mundo. No caso do Hemisfério Sul, tem um fator agravante. Como o inverno é a estação em que são maiores o número de casos e a transmissão de gripe, ela chega no momento em que o período mais frio do ano se aproxima. Não existe vacina nem esperança do que seja inventada em prazo tão curto.
Ah! E a OMS acha que não faz sentido trocar o nome da doença. Os suinocultores que se danem.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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