segunda-feira, 13 de abril de 2009

Exército atira contra manifestantes na Tailândia

O Exército da Tailândia atirou na manhã de hoje contra manifestantes que desafiaram o estado de emergência imposto pelo primeiro-ministro. São partidários do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto por corrupção num golpe militar há três anos. Eles se dispersaram mas já se reagruparam para continuar protestando.

No ano passado, uma onda de protestos dos chamados camisas amarelas, apoiados pelo Exército e a monarquia, derrubou o governo anterior, aliado de Thaksin. Agora, seus partidários, os camisas vermelhas, querem dar o troco.

Há dias, os camisas vermelhas começaram uma onda de protestos em Bangkok em defesa da frágil democracia.

Foi na Tailândia onde começou, em 2 de julho de 1997, a crise econômica asiática. O país mais atingido foi a Indonésia, onde o ditador Mohamed Suharto caiu em maio de 1998, em meio a violentas manifestações e sangue nas ruas.

Na semana passada, a Indonésia realizou suas terceiras eleições democráticas consecutivas. Mesmo sendo o maior país muçulmano do mundo, conseguiu conter o fundamentalismo islâmico depois do atentado contra um bar, restaurante e casa noturna da paradiasíaca ilha de Báli.

Contra todas as expectativas, a Indonésia está democratizada e pacificada. Na Tailândia o Exército voltou a interferir na vida política com o beneplácito do rei Bhumibol Adulyadej, desde que o primeiro-ministro Thaksin, o homem mais rico do país, foi denunciado por corrupção.

Magnata das telecomunicações, Thaksin é acusado pela venda da antiga estatal de telecomunicações, controlada por ele depois da privatização, para a Singapore Telecom por US$ 1,9 bilhão e de não pagar os impostos relativos à transação.

Foi denunciado por abuso de poder, corrupção, traição, conflito de interesses público e privado, lesa majestade e sonegação de impostos.

Com o risco de prisão no processo no Supremo Tribunal tailandês, o ex-primeiro-ministro fugiu do país. Foi à Olimpíada de Pequim, em agosto de 2008, e nunca mais voltou.

Thaksin foi condenado a dois anos de prisão pelo Supremo, o que motivou a onda de manifestações dos camisas amarelas, no final do ano passado. Mas os partidários de Thaksin continuam vencendo as eleições parlamentares na Tailândia.

Assim, o que os camisas vermelhas estão dizendo nas ruas de Bangkok é que o governo resultante de uma conspiração entre a realeza e as Forças Armadas é ilegítimo.

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