Cerca de 23 milhões de sul-africanos estão aptos a votar hoje nas mais controvertidas eleições desde o fim do regime segragacionista do apartheid e de 300 anos de dominação pela maioria branca. O Congresso Nacional Africano deve vencer, mas pode perder pela primeira vez a maioria de dois terços que permite mudar a Constituição.
O novo parlamento deve eleger o atual presidente do partido, Jacob Zuma, para presidente. Zuma era vice-presidente de Thabo Mbeki e foi afastado em 2005 por causa de processos por corrupção anulados pelo Supremo Tribunal antes que fossem a julgamento. Ele também foi acusado de estupro, mas goza de grande popularidade entre a população mais pobre.
Com o afastamento de Mbeki da presidência, no ano passado, houve uma divisão do partido. Uma parte saiu para formar o Congresso do Povo, que está em terceiro lugar nas pesquisas, atrás também da Aliança Democrática, liderada por Helen Zille, uma branca que lutou contra o apartheid.
O maior risco é que, sob Zuma, a África do Sul se pareça com outros países africanos onde o partido que lutou pela independência acabou se encastelando no poder com esquemas de corrupção e abuso de poder.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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