Numa aparente mudança de posição de seu governo, o presidente Barack Obama admitiu hoje processar os responsáveis pela tortura de prisioneiros na guerra contra o terrorismo no governo George W. Bush.
Durante uma sessão de fotos ao lado do rei da Jordânia, em Washington, Obama disse hoje que é contra processar "aqueles que operaram com base em ordens emanadas da Casa Branca. Quando aos responsáveis por estas ordens, as questões devem ser examinadas caso a caso pelo procurador-geral, e eu não quero prejulgar".
Há dois dias, ao comentar a divulgação dos memorandos sobre a tortura cometida por agentes da CIA (Agência Central de Inteligência), o chefe da Casa Civil de Obama, Rahm Emanuel, tinha declarado que não haveria processo contra membros do governo anterior. Essa posição foi confirmada ontem pelo porta-voz da Casa Branca.
Mas o presidente, para manter a postura liberal e de estrito cumprimento à lei, recuou e já admite levar a julgamento os juristas responsáveis pelas regras que permitiram o uso de técnicas de interrogatório consideradas tortura.
Um exemplo é o sufocamento do preso com um forte jato d'água sobre o rosto indefeso. Pela norma do governo Bush, eram permitidos métodos que não colocassem em risco a vida do preso. É claro que isso inclui muita coisa que pode ser caracterizada como tortura.
O suposto idealizador dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os EUA, por exemplo, teria sido submetido ao sufocamento por água 183 vezes em março de 2003.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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