O Exército do Paquistão mandou mais divisões para as regiões tribais da Fronteira Noroeste para combater os rebeldes da milícia fundamentalista dos Talebã, que invadiram na semana passada o distrito do Buner, a 100 quilômetros da capital, Islamabad.
"É uma situação preocupante", afirmou o porta-voz das Forças Armadas do Paquistão ao fazer o anúncio oficial, "e o Estado paquistanês tem condições de resolver o problema. Imaginar que 150 a 200 milicianos que chegam a 100 km da capital ameaçam o governo é um exagero."
Nos últimos dias, os talebã voltaram para o Vale do Swat, depois de fazerem ameaças de morte contra barbeiros e lojas de produtos audiovisuais, proibidos na versão extremista do Islã adotada pela milícia.
Como o maior temor dos militares paquistaneses é uma guerra com a Índia, suas forças estão concentradas na fronteira leste. Na fronteira oeste, elementos radicais do serviço secreto militar do Paquistão apoiam tanto os talebã afegãos quanto os paquistaneses. Ambos pertencem à etnia pachtum, que sempre ignorou a Linha Durand, traçada no século 19 pelo Império Britânico.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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