Com interesse em melhorar as relações com os Estados Unidos, maior risco para a segurança de Cuba, o presidente Raúl Castro conta mais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que no colega venezuelano, Hugo Chávez, para levar sua mensagem a Barack Obama na 5ª Conferência de Cúpula das Américas, que será realizada no fim de semana, de 17 a 19 de abril de 2009, em Trinidad-Tobago.
Raúl teme que a retórica inflamada de Chávez e seus aliados bolivaristas, o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e o nicaraguense Daniel Ortega, atrapalhem a reaproximação iniciada timidamente com o governo Barack Obama, que hoje anunciou o fim das restrições a viagens e de remessas de dinheiro e de presentes.
Obama se adiantou aos bolivaristas, que vão cobrar o fim do embargo econômico imposto em 1962. Ao mesmo tempo, os EUA anunciaram uma abertura para empresas de telecomunicações americanas com a intenção de dar um banho de informação numa sociedade censurada.
Neste contexto complicado das relações dos EUA com a América Latina, Lula é o interlocutor privilegiado de Obama, que o chamou de "o cara". Por sua moderação e busca de consensos, é também o porta-voz mais confiável para Raúl.
O Brasil qualifica-se como o principal mediador entre os EUA e Cuba na transição pós-Fidel Castro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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