O presidente Barack tenta reparar o racha transatlântico causado por Bush ao invadir o Iraque sem o aval da ONU. Hoje e amanhã, ele participa da conferência de cúpula dos 60 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em Estrasburgo, na França, e na vizinha Kehl, na Alemanha.
Para pedir a ajuda dos aliados europeus, Obama alega que a Europa é mais vulnerável a ataques d’al Caeda do que os EUA. Em 12 de setembro 2001, a aliança ofereceu ajuda aos EUA para a guerra no Afeganistão.
A decisão de Bush de invadir o Iraque tirou a legitimidade da luta contra o terrorismo e aumentou a revolta dos muçulmanos, tornando os aliados mais sujeitos a retaliações terroristas. Por isso, os europeus relutam em atender ao pedido de reforços feito pelos EUA, especialmente a Alemanha e a França.
O presidente Nicolas Sarkozy acaba de reintegrar a França ao comando militar da OTAN, de onde o general e presidente Charles de Gaulle havia tirado o país nos anos 60.
De Gaulle alegava que a França precisava fortalecer seu próprio sistema de defesa, que não poderia ficar na dependência dos EUA. Isso não impediu que a França participasse da Guerra do Golfo, em 1991, quando a estrutura militar da OTAN e suas bases na Europa foram utilizadas, e na intervenção militar na Bósnia-Herzegovina, nem da Guerra do Kossovo, em 1999, a primeira guerra assumida da OTAN
Foram 78 dias de bombardeio à Sérvia, a Montenegro e ao Kossovo para acabar com o controle da Sérvia de Slobodan Milosevic sobre o Kossovo.
Depois, veio o Afeganistão, um dos terrenos mais difíceis e acidentais do planeta, sem infraestrutra, Ainda por cima, o erro de George W. Bush de invadir o Iraque tirou a legitimidade de sua guerra contra o terrorismo, alienando os aliados europeus.
Obama foi à reunião da OTAN para tentar acabar com o racha transatlântico sob o argumento de que norte-americanos e europeus compartilham valores comuns de liberdade e democracia. Num mundo cada vez mais pluralista, com a ascensão da Ásia e outros países emergentes, inclusive o Brasil, Obama quer fortalecer a aliança ocidental.
• O primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Rogh Rasmussen, foi eleito novo secretário-geral da OTAN.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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