Em reunião de cúpula de emergência realizada hoje em Bruxelas para discutir a crise financeira global, os líderes dos 27 países da União Europeia decidiram não lançar um plano de salvação da Europa Oriental, apesar da advertência do primeiro-ministro da Hungria, Ferenc Gyurcsany, de que "um novo muro pode dividir a Europa entre ricos e pobres.
Nesses 20 anos desde a queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 2009, os bancos da Europa Ocidental emprestaram trilhões de dólares aos governos, empresas e cidadãos do Leste Europeu. Agora, com a crise financeira global, os negócios estão dando prejuízo e moedas estão se desvalorizando.
O colapso da Europa Oriental é o próximo dominó capaz de agravar ainda mais a crise econômica global. Um governo da região já caiu, na Letônia, e diversos pediram ajuda de emergência.
Hoje, o primeiro-ministro húngaro, que defendeu a criação de um fundo de emergência de US$ 240 bilhões, declarou que "todos confirmaram que a solidariedade é um dos princípios e valores da UE. Começamos um debate. Alguns países receberam calorosamente a sugestão. Mas esta é a maneira como essas coisas tem de ser tratadas".
A maior resistência vem da Alemanha. Há cinco meses das eleições gerais de setembro, os líderes dos partidos alemães, a começar pela chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel, não estão dispostos a salvar bancos austríacos e italianos, que estão entre os mais alavancados no Leste da Europa.
O problema é que um colapso da Europa Oriental arrastaria junto a Europa Ocidental. Cabe então à UE impedir que isso aconteça, até mesmo para salvar o euro.
Seria uma nova onda de choque de impacto planetário do terremoto financeiro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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