domingo, 21 de março de 2010

Câmara aprova reforma da saúde nos EUA

Em uma grande vitória política do presidente Barack Obama, a Câmara dos Estados Unidos acaba de aprovar a reforma de saúde para incluir mais 32 milhões de americanos que hoje não tem nenhuma cobertura.

Foi uma vitória histórica e apertada. Eram necessários 216 votos. O resultado final foi 219 a favor e 212 contra.

Obama foi pessoalmente ao Capitólio no sábado fazer um último apelo para pressionar os deputados democratas em dúvida a aprovar sua proposta de política interna mais importante até agora. Na campanha, ele prometeu acesso à saúde para todos.

A reforma tem um custo estimado de 940 bilhões em dez anos. Enfrenta forte oposição das empresas de seguro médico e da oposição republicana, que alegou que os EUA não têm condições de pagar a conta.

Os EUA são o país que mais gasta dinheiro com saúde no mundo, cerca de 16% de seu produto interno bruto, de US$ 14,3 trilhões. A medicina de alta qualidade é a melhor do mundo, mas 46 milhões de pessoas não têm cobertura de saúde.

Com os gastos públicos para enfrentar a crise, a dívida pública dos EUA pulou para US$ 12,6 trilhões, 88% do PIB.

No Congresso, foram nove meses de uma batalha política que será usada pelo Partido Republicano tentar retomar a maioria na Câmara e no Senado nas eleições intermediárias de novembro, em que serão renovados um terço do Senado e toda a Câmara.

Sem maioria, Obama pode ter a certeza de dois anos tumultuados rumo à reeleição em 2012.

A última manobra política do presidente para garantir a aprovação da reforma da saúde foi prometer emitir um decreto proibindo o uso de dinheiro do governo federal em abortos. Era uma questão essencial para os democratas que são contra o aborto.

No encaminhamento da votação, o deputado democrata Steve Kagen defendeu o projeto dizendo que vai salvar vidas e empregos, e colocar o paciente em primeiro lugar.

Já o deputado republicano Paul Ryan acusou o governo Obama de encampar o sistema de saúde dos EUA. Seu líder, o deputado John Boehner ameaçou a maioria democrata de estar prestes a se tornar minoria, nas eleições de novembro, se aprovasse o projeto.

"A maioria nesta Casa está indo contra a vontade do povo", discursou. "E quando a maioria vai contra a vontade popular, está a caminho de se tornar minoria."

Essa foi claramente a estratégia republica para tentar derrubar a reforma da saúde: aterrorizar os democratas conservadores e indecisos, dizendo que eles estão liquidados eleitoralmente votando a favor do governo.

Nenhum comentário: