A África do Sul comemorou neste domingo o Dia Nacional dos Direitos Humanos. É a data de um massacre que se tornou um marco decisivo na luta contra o regime segracionista do apartheid, a ditadura de 300 anos da minoria branca de origem europeia no país mais rico da África.
Em 21 de março de 1960, milhares de negros se reuniram em Sharpeville, 50 quilômetros ao sul de Joanesburgo, a maior cidade sul-africana. Eles protestavam contra uma nova lei que obrigava os negros a andar com documentos de identidade (nos países, liberais isso não é obrigatório).
Era um protesto convocado pelo Congresso Pan-Africano, um partido mais radical do que o Congresso Nacional Africano. Os negros cercaram a delegacia de polícia de Evaton. Pediam para ser presos por falta de documentos.
A polícia mandou reforço, e a multidão que protestava pacificamente foi literalmente fuzilada. Pelo menos 69 pessoas morreram e outras 180 saíram feridas.
O massacre de Sharpeville levou o CNA a aderir à luta armada. Nelson Mandela era líder do Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), braço armado do CNA, quando foi preso, em 5 de agosto de 1962.
Depois de 27 anos de prisão, saiu em 11 de fevereiro de 1990 para negociar uma transição pacífica para a democracia e se tornar o primeiro presidente negro da África do Sul em 10 de maio de 1994. Cinco anos depois, Mandela transferiu o poder para o sucessor democraticamente eleito e se aposentou, mas é um personagem histórico vivo de grande influência.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário