Durante missa da Semana Santa, o arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schönberg, admitiu nesta quarta-feira que agentes da Igreja Católica traíram Deus e fizeram o mal a quem mais precisava de proteção, as crianças abusadas sexualmente nos escândalos de pedofilia envolvendo padres.
Na frente da Igreja de Santo Estêvão, a Catedral de Viena, um senhor de meia idade declarou que "isso não pode acontecer. Quando acontece, os responsáveis precisam ser levados à Justiça. Não dá para varrer a sujeira para baixo do tapete".
Eva, uma católica que declarou gostar de Jesus Cristo e não da Igreja, que descreveu como "uma associação de homens", criticou o fato de que padres punidos por pedofilia tenham sido simplesmente transferidos de uma escola para outra onde continuaram cometendo os mesmos crimes.
"Nesta hora, diante da cruz, para ouvir acusações, admitir a culpa e pedir perdão", disse o cardeal.
Em seguida, foram ouvidos representantes de vítimas de escândalos sexuais ocorridos no seio da Igreja: "Quando ele tinha 19 anos, decidiu estudar teologia e decidiu mudar de cidade. Conseguiu acomodação num mosteiro e lá foi violentado sexualmente por um padre."
Uma vítima contou ser atormentada até hoje pelo trauma do abuso sexual: "Minhas experiências ruins me atacam. Voltam sempre. Estão sempre diante dos meus olhos."
Em nome da Igreja Católica da Áustria, o cardel Schönberg fez sua confissão de culpa: "Confessamos que traímos Deus, que é amor. Alguns ministros da Igreja falaram do amor a Deus enquanto faziam o mal àqueles que mais precisavam de proteção.
"Admitimos diante do Senhor e de cada um de nós, nossa culpa."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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