O governo do Haiti adverte que a conferência de 31 de março em Nova York pode ser um fracasso se não for criado um fundo sob o controle do governo, claro. Até agora, 80% a 90% da ajuda foram distribuídos através de organizações não governamentais porque o governo não é confiável.
Há dois meses, um terremoto arrasou a região próxima a Porto Príncipe, a capital haitiana, matando mais de 200 mil pessoas. Centenas de milhões de dólares foram prometidos, mas eles não chegam ao governo, que se mostrou totalmente inoperante depois do tremor.
Hoje, houve uma reunião preparatória em São Domingos, na República Dominicana. O primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, advertiu que, "sem a criação de um fundo para administrar os recursos, a conferência de NY pode ser um fracasso".
O problema é que o Haiti é o 13º país mais corrupto do mundo no ranking da organização não governamental Transparência Internacional. Há o temor de que o dinheiro seja desviado.
Depois do terremoto da Nicarágua, em 1972, o ditador Anastasio Somoza embolsou a maior parte da ajuda internacional. Quando foi derrubado pela Revolução Sandinista, em 1979, a capital, Manágua, continuava semidestruída.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento estima em US$ 8 bilhões a US$ 14 bilhões o custo total da reconstrução do Haiti.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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