A água suja mata mais do que a violência e a guerra, advertiu hoje um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente para marcar o Dia Mundial da Água.
Por causa de água contaminada, morrem por ano 1,8 milhão de crianças de menos de cinco anos e 2,2 milhões de pessoas ao todo no mundo inteiro.
"Mais da metade dos leitos hospitalares no mundo é ocupada por doentes com problemas causados por água contaminada", afirma o relatório Água Doente.
Todos os dias dois milhões de toneladas de resíduos contaminam dois milhões de toneladas de água. O maior problema está nos países em desenvolvimento, onde 90 por cento dos esgotos são despejados no meio ambiente sem tratamento.
Na África, o prejuízo causado por água poluída é estimado em R$ 50 bilhões por ano, cerca de 5% de tudo o que o continente ganha em um ano.
No Chade, um dos países mais pobres do mundo, o representante da ONU Victor Angelo inaugurou um de 10 poços furados com ajuda internacional para abastecer 135 mil pessoas nos próximos 50 anos.
Na Guiné, o Fundo da ONU para a Infância (Unicef) está trabalhando com organizações locais para descontaminar a água com o uso de cloro.
Uganda luta para preservar o Lago Vitória, o maior da África. Durante uma conferência em Entebe, a queniana Wangari Matthai, ganhadora do Prêmio Nobel de Paz, defendeu a preservação e a não exploração de terras alagadas para não quebrar o ciclo da água na natureza.
Na Bolívia, onde o aquecimento global já provoca escassez de água, o presidente Evo Morales fez um apelo à ONU para que declare que água e saneamento básico são direitos humanos fundamentais.
Na Argentina, o dia foi marcado por um protesto do grupo ecológico Greenpeace no Riachuelo. Depois de 200 anos de poluição, o riacho que banha Buenos Aires afeta a vida de 5 milhões de pessoas. O problema não está apenas em suas águas. Já contaminou os lençóis d'água subterrâneos e o ar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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