Mais de 100 mil de partidários do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, condenado por corrupção e exilado, jogaram 300 litros de sangue hoje no portão da sede do governo da Tailândia, em Bangkok.
No protesto chamado de sacrifício pela democracia, eles foram convidados a doar sangue. Uma maré vermelha foi despejada na sede do governo para pressionar o primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva a pedir demissão e convocar eleições antecipadas.
Homem mais rico da Tailândia, Thaksin comprou a empresa telefônica nacional durante as privatizações e a vendeu por US$ 1,9 bilhão para a Singapore Telecom. Entre outros acusações, foi denunciado por não pagar impostos sobre essa transação.
Apesar de estar exilado, Thaksin ainda é a figura dominante da política tailandesa. O banho de sangue foi da turma dele.
Thaksin já era rico quando entrou na política como um populista de direita e criou o partido Thai Rak Thai (Tailandeses Amam Tailandeses). Com muito dinheiro e um estilo paternalista de empresário bem-sucedido numa sociedade tradicionalista e autoritária, tornou-se um fenômeno eleitoral.
Como primeiro-ministro, de 2001 a 2006, Thaksin tornou-se o primeiro primeiro-ministro tailandês a completar um mandato e conseguiu reduzir a pobreza na zona rural pela metade. Foi derrubado num golpe militar, por causa das denúncias de corrupção.
A maioria dos participantes das manifestações de hoje é gente do interior, que chegou a Bangkok em ônibus contratado pelo Movimento das Camisas Vermelhas.
Abhisit está no poder desde 17 de novembro de 2008, depois de uma revolta do Movimento das Camisas Amarelas, apoiado pelo rei Bhumibol Adulyadej e pelas Forças Armadas. Rejeitou qualquer possibilidade de renunciar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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