Os líderes dos 20 países mais ricos do mundo (G-20) se reúnem hoje e amanhã em Washington com dois objetivos: impedir o agravamento da atual crise para evitar uma depressão e reformar o sistema financeiro internacional para impedir que a falta de regulamentação cause novas crises.
Ainda há grandes divergências sobre como regulamentar o mercado financeiro global. A Europa quer impor uma regulamentação internacional, como defenderam hoje a primeira-ministra Angela Merkel e o ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbruck.
Uma das propostas, revelada hoje pelo jornal The Washington Post, prevê a criação de um colegiado de supervisores para fiscalizar as 30 maiores instituições financeiras internacionais.
Existe um consenso em torno da necessidade do aumento de transparência das transações financeiras e maior coordenação dos órgãos reguladores.
O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, por exemplo, quer aumentar o controle sobre as agências de classificação de risco. Mas o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, não vai, o que de certa forma esvazia a reunião.
Ontem, o atual presidente, George W. Bush, fez uma firme defesa do livre mercado e falou em coordenação dos órgãos reguladores nacionais. Isso indica que os EUA dificilmente aceitarão um controle externo sobre o sistema financeiro americano, apesar de sua responsabilidade pela crise financeira global.
Por outro lado, é evidente o aumento do poder das grandes economias emergentes como China, Índia e Brasil.
De imediato, os líderes mundiais precisam resolver a crise atual. É provável que decidam baixar ainda mais as taxas básicas de juros e fazer um esforço coordenado com dinheiro público para retomar o crescimento econômico.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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