Mais de 20 marinheiros e trabalhadores da indústria naval morreram neste domingo, 9 de novembro de 2008, em um acidente a bordo de um submarino nuclear russo no Oceano Pacífico, revelou em Moscou a Marinha da Rússia.
Outras 21 pessoas ficaram feridas. Foram resgatadas por um navio que escoltava o submarino.
O reator nuclear do submarino funcionava normalmente e os níveis de radiação eram normais, declarou o porta-voz da Marinha, capitão Igor Dygalo. Mas um sistema antiincêndio entrou em operação por erro.
A Marinha da Rússia entrou em decadência no fim da União Soviética e sofreu graves acidentes. O pior foi a tragédia do submarino Kursk, que afundou no Ártico, matando todas 118 pessoas a bordo, em 2000.
Dentro da política de resgatar o poder imperial perdido com o colapso do comunismo e da URSS, o ex-presidente e agora primeiro-ministro Vladimir Putin quer modernizar e reequipar as Forças Armadas.
Dez anos depois do colapso do rublo na seqüência da crise asiática, a Rússia enriqueceu com a alta nos preços do petróleo e de outros produtos primários, equilibrou as contas públicas e acumulou reservas cambiais em moedas fortes de US$ 515 bilhões.
Com a autoconfiança restaurada, o Kremlin mandou um grupo naval para participar da manobras conjuntas com a Venezuela, perto do litoral dos Estados Unidos, neste mês de novembro de 2008.
Quando o presidente venezuelano, Hugo Chávez, fez o convite, os americanos ironizaram dizendo que a Marinha da Rússia não tem muitos navios em condições de realizar uma viagem dessas, desprezando a força naval russa.
O acidente mostra que a modernização das Forças Armadas da Rússia ainda é um desafio, um sonho distante para um Putin cada vez mais autoritário. A Rússia foi o único país que teve uma reação agressiva diante da eleição de Barack Obama.
Aqui na América Latina, os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Hugo Chávez, que tinham expulsado os embaixadores americanos, manifestaram a intenção de reatar relações com Washington no governo Obama.
A Rússia ameaçou instalar mísseis em Kaliningrado, um enclave no Mar Báltico entre a Polônia e a Lituânia. A cidade nasceu em 1255 como Koenigsberg. Era parte da Prússia Oriental.
Lá nasceu e viveu o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804).
Em 1946, sob ocupação da União Soviética, foi rebatizada Kaliningrado em homenagem póstuma a Mikhail Kalinin, que era um dos bolcheviques que tinham lutado na Revolução de Outubro, em 1917, e chegou a presidente do Presidium do Soviete Supremo da URSS.
Uma cabeça de praia no Báltico, Kaliningrado era base da Frota do Báltico da URSS durante a Guerra Fria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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