Depois de 58 horas, com a morte de três terroristas muçulmanos entrincheirados no Taj Mahal Palace Hotel, a Índia declarou encerrado o combate aos terroristas que atacaram diversos pontos de Mumbai, a antiga Bombaim, centro financeiro do país, na quarta-feira à noite.
Foi o 11 de Setembro da Índia. Pelo menos 160 pessoas morreram, entre elas 22 estrangeiros, e 330 saíram feridas.
A Índia tem um conflito histórico de séculos entre hindus e muçulmanos que se acirrou com o fundamentalismo religioso de ambas as partes, além da questão da Caxemira com o Paquistão.
Há muitos motivos internos e grupos internos que podem estar ligados a essa onda de terror, embora pelo alcance, pelo treinamento e por visar diretamente americanos, britânicos e judeus, pareça uma conspiração internacional com as marcas d'al Caeda.
A Índia tem a maior população muçulmana do mundo, depois da Indonésia e do Paquistão, uma minoria de 150 milhões de pessoas majoritariamente pobres que se sentem excluídas e se sentiram muito mais durante o governo do partido nacionalista hindu, o BJP.
Há dois movimentos históricos dentro do islamismo político. Em 1928, Hassan al-Bana cria a Irmandade Muçulmana com o objetivo de reislamizar a Uma, reconverter o conjunto de todos os muçulmanos ao "verdadeiro Islã".
Nas prisões de Nasser nos anos 50 e 60 Said Kutub, ideólogo do aiatolá Ruhollah Khomeini e da rede terrorista Al Caeda, chegou à conclusão de que é preciso converter ou eliminar todos os infiéis, especialmente nos centros de poder no mundo porque eles impõem os governantes corruptos e infiéis dos países muçulmanos.
O fundamentalismo religioso, seja muçulmano, cristão, judaico ou hindu, é um conflito interno dentro de cada cultura sobre qual é a verdadeira interpretação dos livros sagrados.
O jihadismo, portanto, é uma guerra civil dentro do Islã, uma guerra sobre o que realmente quis dizer o profeta em nome de Deus. Os estrangeiros são alvo por suposta conivência com a grande conspiração judaico-cristã para dominar o mundo muçulmano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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