sábado, 29 de novembro de 2008

Casal Kirchner vive à sombra de Perón

Quando o governo radical de Fernando de la Rúa (1999-2001) desabou sob o colapso da paridade peso-dólar herdada do presidente Carlos Menem (1989-99), o poder foi devolvido ao peronismo, aparentemente o único partido político capaz de governar a Argentina.

O ex-vice-presidente Eduardo Duhalde, que perdera a eleição para De la Rúa, completou um mandato-tampão até 2003, quando Menem fugiu do segundo turno, numa disputa entre peronista e Néstor Kirchner (2003-07) chegou ao poder com a determinação de combater a crise econômica.

Kirchner conseguiu renegocia a dívida externa, retomar o crescimento econômico e eleger sua mulher, Cristina Fernández de Kirchner como sucessora. Mas fustigou empresas privadas, conteve preços artificialmente desestimulando investimentos em setores como energia, e manipulou os índices de inflação.

Além disso, organizou sua base política ao redor do corporativismo peronista, de sua ligação histórica com os sindicatos, e adotou uma política de confrontação permanente, contra seus inimigos políticos, os países vizinhos, empresas privadas.

Neste ano, no governo Cristina Kirchner, houve o longo conflito com o campo em torno do imposto sobre exportações de grãos, fragilizando a Argentina às vésperas do tsuname financeiro global.

Em artigo na edição de hoje do jornal La Nación, o escritor argentino Thomás Eloy Martínez, autor de um livro sobre María Eva Duarte de Perón, a Evita, examina a saga do casal à sombra do general Juan Domingo Perón, de Evita e de María Estela Martínez de Perón, a Isabelita, derrubada no trágico golpe de 24 de março de 1976.

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