quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tesouro pára de comprar papéis podres

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, sinalizou claramente hoje uma mudança no plano de US$ 700 bilhões para salvar a economia americana.

Em vez de comprar papéis pobres, as dívidas incobráveis em poder de instituições financeiras, vai usar o dinheiro para capitalizar empresas, inclusive as não-financeiras, mas não a indústria automobilística.

Paulson declarou que a situação da indústria automobilística está em estudo. Qualquer plano para recuperá-la terá de pensar em longo prazo, acrescentou. Só que a General Motors, que já foi a maior empresa do mundo, pode não chegar ao fim do ano.

O presidente eleito, Barack Obama, defende um apoio para a modernização tecnológica da indústria automobilística, que chamou de "espinha dorsal" do setor manufatureiro americano, e a fábricação de carros mais eficientes, que gastem menos energia e poluam menos.

A mudança de planos de Paulson aprofundou a queda na Bolsa de Nova Iorque. Foi mais um dia de perdas para o mercado, com a exceção da Bolsa de Xangai, na China, que subiu 1,5%, na contramão do resto do mundo.

No resto da Ásia, pesaram as quedas nas ações dos setores imobiliário, em Hong Kong, que perdeu 0,7%, e de petróleo na Bolsa de Tóquio, que caiu 1,3%.

Na Europa, o Banco da Inglaterra previu uma "forte contração" em 2009, com risco de deflação. O desemprego no Reino Unido chegou ao nível mais alto em 11 anos. Há 1,825 milhão de desempregados. A Alemanha, maior economia do continente, deve ficar estagnada no próximo ano.

Com a ameaça de uma recessão longa e profunda nos países ricos, estendendo-se por todo o ano de 2009, a Bolsa de Londres caiu 1,8%, Frankfurt 3% e Paris 3,1%. As maiores perdas incluíram os setores financeiro e varejista.

Nos Estados Unidos, a mão pesada do Tesouro, ao promover um desvio de rota, levantou a suspeita de que o governo americano está perdido no combate à crise.

O secretário Paulson fez questão de dizer que a economia está se estabilizando. Depois de tantas trapalhadas, o mercado desconfia.

A expectativa de uma recessão prolongada, capaz de ameaçar de falência megaempresas como a GM, derrubou a Bolsa de Nova Iorque. O índice Dow Jones perdeu 4,7%, o mais amplo S&P500 e a Nasdaq, das empresas de alta tecnologia, mais de 5%.

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