Mais de US$ 150 milhões de dólares em resgate de navios seqüestrados foram pagos aos piratas da Somália que atacam no Golfo de Áden e perto da costa da África, afirmou ontem o ministro do Exterior do Quênia, Moses Wetangula.
Com tanto dinheiro, uma região da costa norte do país vive um enriquecimento súbito, com carros importados de último tipo e até mesmo restaurantes para atender aos tripulantes dos mais de 30 navios que permanecem capturados.
O seqüestro do superpetroleiro saudita Sirius Star, com 2 milhões de barris de petróleo, pelo qual os piratas estão pedindo US$ 25 bilhões, atraiu a atenção internacional para o problema da pirataria na costa de um país que vive sob anarquia desde 1991, quando caiu o ditador Mohamed Siad Barre.
Desde então, o poder na Somália é disputados por senhores da guerra tribais. Nos últimos anos, surgiu um grupo fundamentalismo muçulmano forte, a União dos Tribunais Islâmicos, que praticamente tomou o poder do governo provisório criado após um longo e delicado acordo de paz.
Há dois anos, diante do colapso do governo provisório, o Exército da Etiópia invadiu a Somália com o apoio dos Estados Unidos para combater os extremistas muçulmanos. Estes controlam a maior parcela do território, mas não a capital, Mogadíscio, e Baidoa, onde sobrevive o governo provisório.
Agora, a UTI promete combater os piratas, que teriam tomado um navio "islâmico", carregado do petróleo saudita. Mas há senhores da guerra que fornecem armas e dão proteção aos piratas.
O seqüestro do superpetroleiro provocou uma reação internacional contra a pirataria. As águas da região, única saída para quem entra pelo Canal de Suez, e a costa Nordeste da África estão cheias de navios de guerra. Os piratas podem esperar chumbo grosso.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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