Em seu primeiro ato de governo, o novo primeiro-ministro da Austrália, o trabalhista Kevin Rudd, assinou a adesão ao Protocolo de Quioto (1997). Esse acordo prevê a redução das emissões de gases que causam o aquecimento global pelos países desenvolvidos para 5% abaixo dos níveis de 1990.
Agora, só um país rico, os Estados Unidos, está fora do protocolo. Mesmo sabendo que o documento não tinha a menor chance e ser aprovado pelo Senado, o presidente Bill Clinton (1993-2001) assinou o Protocolo de Quioto no final de seu governo.
O presidente George Walker Bush retirou os EUA do acordo, alegando que reduziria a competitividade da economia do mundo.
A notícia é divulgado no dia de abertura de uma conferência internacional sobre a mudança do clima realizada em Báli, na Indonésia, para discutir um acordo para substituir o Protocolo de Quioto, que expira em 2012.
Para participar de um acordo internacional para mitigar o agravamento do efeito estufa, os EUA exigem que os países em desenvolvimento também sejam obrigados a reduzir suas emissões de gases poluentes. O Brasil, a China e a Índia resistem.
Essa postura é criticada pelo ex-ministro do Meio Ambiente José Goldemberg: "É como se estivéssemos num navio furado abrindo buracos no casco e disséssemos: vocês, que já furaram muito, têm de parar; nós, que só furamos um pouquinho, podemos continuar furando. Não adianta nada."
Cerca de 75% das emissões de gases-estufa do Brasil são resultado de queimadas. Bastaria acabar com essa estupidez para o país ter uma sobre na sua cota de emissões suficiente para não atrapalhar o desenvolvimento industrial.
Mas diversos especialistas e até mesmo grandes empresas acreditam que a simples imposição de cotas e o surgimento de um mercado de créditos de carbono, onde empresas e países possam negociar as sobras de suas cotas, não basta. É preciso taxar as emissões de gases carbônicos para uma redução efetiva do consumo de combustíveis fósseis (carvão, gás e petróleo) e da concentração desses gases na atmosfera.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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