Pelo menos 250 pessoas morreram ontem e hoje, inclusive 50 crianças, em ataques aéreos e de artilharia da ditadura de Bachar Assad contra um reduto dos rebeldes em Guta, um cinturão verde nos arredores de Damasco, a capital da Síria, noticiou a televisão pública britânica BBC.
Seis hospitais foram bombardeados nos últimos dois dias, denunciou um porta-voz das Nações Unidas. É o pior ataque a Guta Oriental desde que a área foi alvejada com armas químicas em 21 de agosto de 2013, quando 1.729 pessoas foram mortas, sendo apenas 51 combatentes. Hoje dez cidades e vilas da região foram atacadas.
Ao mesmo tempo, o Exército da Síria entrou em Afrin, uma região invadida pelo Exército da Turquia no Norte do país para combater as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma milícia árabe-curda de maioria curda financiada e armada pelos Estados Unidos na luta contra a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Com o fim do califado proclamado em junho de 2014 pelo Estado Islâmico, o regime de Assad vê uma oportunidade de acabar com a guerra civil, que completa sete anos em março. A ditadura intensificou o bombardeio para tornar inabitáveis as regiões onde ocupadas pelos rebeldes.
O regime sírio corria sério risco quando a Rússia interveio militarmente com sua poderosa Força Aérea, em 30 de setembro de 2015. Com a ajuda russa e de seu outro aliado, o Irã, e suas milícias, inclusive do grupo extremista xiita libanês Hesbolá (Partido de Deus), Assad retomou o controle de quase todo o país, com a exceção de alguns bastiões rebeldes e da área retomada do Estado Islâmico pelas FDS.
Cerca de 500 mil pessoas morreram em sete anos de guerra civil na Síria. Dos 23 milhões de habitantes, 12 milhões tiveram de sair de casa e 5 milhões fugiram do país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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