Um dia depois de negar que haja uma fuga em massa de venezuelanos, em pronunciamento no Palácio de Miraflores, em Caracas, o ditador Nicolás Maduro pediu ontem aos emigrantes que voltem à Venezuela para aproveitar as "conquistas da revolução".
Maduro se dirigiu expressamente a venezuelanos que vivem no Chile e na Espanha, descrevendo a educação gratuita e a seguridade social como razões para morar na Venezuela. A educação pública gratuita é atribuída a Antonio Guzmán Blanco, em 1870, e a previdência social foi criada por Eleazar López Contreras, em 1940.
Mais de 1,4 milhão de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos para escapar da pior crise econômica da história. Cerca de 30% estão tirando documentos para fazer o mesmo.
Com o dólar a 236.201,87 bolívares no câmbio negro e o salário mínimo a 248.510 bolívares, o aluguel de um apartamento em Caracas custa de US$ 120 a US$ 1,2 mil, de 114 a 1.140 salários mínimos, noticia hoje o jornal El Nacional.
Por falta de matérias-primas, a produção de medicamentos caiu ao menos 60% nos últimos quatro anos, afirmou o presidente da Câmara da Indústria Farmacêutica, Tito López: "Se não contarmos com moeda estrangeira para comprar insumos, evidentemente a produção vai diminuir. Atualmente as fábricas operam entre 30% e 40% [da capacidade instalada] e neste momento têm estoques [de insumos] para dois meses."
Um dado impressionante: 98% dos insumos são importados.
Na madrugada de sexta-feira, seis bebês que estavam numa unidade de terapia intensiva neonatal morreram por falta de energia elétrica por mais de 24 horas num hospital de cidade de San Félix, no estado de Bolívar, denunciou o deputado oposicionista José Manuel Olivares.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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