Durante a campanha eleitoral, o presidente Donald Trump acusou a China de comércio desleal. Em seu primeiro ano de governo, o déficit dos Estados Unidos no comércio bilateral aumentou de US$ 347 bilhões para um recorde de US$ 375,2 bilhões, revelou ontem o Departamento do Comércio.
O déficit comercial global dos EUA aumentou 12,1% em 2017 para US$ 566 bilhões. Foi o maior desde 2008. Com a recuperação econômica e o aumento do poder aquisitivo, crescem as importações. Apesar das promessas, Trump não conseguiu renegociar acordos comerciais significativos nem reindustrializar o país.
A queda do dólar no ano passado tornou os produtos americanos mais baratos no exterior. As exportações aumentaram, mas não o suficiente para neutralizar o consumo de importados. Em dezembro de 2017, os EUA exportaram US$ 203,35 bilhões e importaram US$ 256,46 bilhões. O saldo negativo foi de US$ 53,11 bilhões.
Em sintonia com o pensamento de Trump, o secretário do Comércio, Wilber Ross, declarou que o governo vai reduzir o déficit comercial aplicando as regras do comércio, renegociando acordos existentes e novos acordos.
Ross citou a decisão recente do governo de impor sobretaxas às importações de painéis solares e máquinas de lavar e as renegociações em andamento com o México, o Canadá e a Coreia do Sul. "Um esforço extenuante está em andamento, mas não faz sentido estabelecer um prazo fatal", disse o secretário.
Quando Trump era candidato, em setembro de 2016, seus assessores econômicos Peter Navarro e Wilbur Ross afirmaram que a eliminação do déficit comercial de US$ 500 bilhões geraria uma arrecadação de impostos capaz de neutralizar o custo dos cortes de impostos.
Navarro, hoje diretor do Conselho Nacional de Comércio da Casa Branca, prometeu acabar com o déficit "num ano ou dois".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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