O Comitê Internacional da Cruz Vermelha negou ter participado de negociações para libertar três professores universitários e dez mulheres que estavam em poder da milícia terrorista Boko Haram no Nordeste da Nigéria, informou hoje o jornal nigeriano The Daily Post.
As mulheres foram sequestradas em junho e os professores da Universidade da Maiduguri em novembro do ano passado, nos dois casos no estado de Borno. A Cruz Vermelha afirma que foi chamada apenas para transportar os reféns libertados.
"Estamos muito felizes que estas pessoas tenham sido libertadas e possam rever suas famílias", declarou o subdiretor regional da Cruz Vermelha para a África, Patrick Youssef. "A Cruz Vermelha Internacional não se envolveu em qualquer negociação que tenha levado à entrega dessas 13 pessoas. A oposição armada entregou as 13 pessoas a representantes da Cruz Vermelha, que os transportaram até autoridades nigerianas."
Em outubro de 2016 e maio de 2017, a Cruz Vermelha recebeu e transportou meninas sequestradas numa escola em Chibok, entregando-as as forças de segurança da Nigéria.
"Há muitas pessoas desaparecidas ou detidas contra a sua vontade por causa do conflito", acrescentou o diretor da Cruz Vermelha. Isto cria um sofrimento e um trauma indescritíveis, inclusive para muitas famílias [de países] da orla do Lago Chade [Nigéria, Níger, Chade e Camarões], que precisam viver com uma angústia e uma incerteza diárias de não saber o destino e a localização de suas pessoas amadas. Espero que possam voltar para suas famílias em breve."
Cerca de 20 mil pessoas foram mortas na região desde 2009, quando o grupo extremista muçulmano Boko Haram, que significa "não à educação ocidental", aderiu à luta armada para impor a lei islâmica no Nordeste da Nigéria.
Em março de 2015, seu líder, Abubakar Shekau, jurou lealdade à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e passou a se chamar Província do Estado Islâmico na África Ocidental.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Cruz Vermelha nega ter negociado libertação de reféns do Boko Haram
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