Depois de dois anos de investigações, a Polícia de Israel concluiu haver indícios suficientes para pedir ao Ministério Público que denuncie o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por corrupção passiva e quebra de confiança em dois escândalos de corrupção diferentes.
No chamado Caso 1000, Netanyahu e sua mulher, Sarah, são acusados de aceitar presentes indevidos de bilionários, inclusive de 400 a 600 mil shekels, a moeda israelense, em charutos e champanhe do produtor de Hollywood Arnon Milchan. Seria algo entre US$ 100 mil e US$ 150 mil (R$ 330 a R$ 494 mil).
O chamado Caso 2000 envolve um possível acordo com o dono do jornal Yedioth Ahronoth, Arnon Mozes, para enfraquecer um jornal rival, Israel Hayom, financiado pelo bilionário americano Sheldon Adelson, em troca de uma cobertura mais favorável ao primeiro-ministro.
Milchan e Mozes foram indiciados por corrupção ativa, por subornar o casal Netanyahu. Bibi e Sarah falavam de "cor de rosa" e "folhas" para encomendar mais brindes a Milchan. Em troca, o primeiro-ministro israelense admitiu ter pedido ao então secretário de Estado americano, John Kerry, a renovação do visto de Milchan nos Estados Unidos.
Netanyahu alegou que tinha feito pedidos semelhantes por outras pessoas e que Milchan é um de seus "melhores amigos", por isso lhe daria tantos presentes. O bilionário australiano James Packer também deu generosos presentes a Netanyahu.
Os inquéritos foram entregues ontem ao Ministério Público. Serão examinados pelo procurador-geral, Avichai Mandelblit, o único com competência para denunciar um chefe de governo.
A polícia negou que o procurador-geral tenha tentado evitar a publicação das conclusões dos inquéritos: "Há uma cooperação estreita entre o comissário de polícia, o chefe das unidades de investigação, a Procudoria Estatal e o procurador-geral, como sempre."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
Primeiro-ministro de Israel é indiciado por corrupção
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