sábado, 24 de fevereiro de 2018

Ataque da Síria e da Rússia matou mais de 500 pessoas em Guta

Com novos bombardeios das forças áereas da Síria e da Rússia, o total de mortos depois de sete dias de ataques ao enclave rebelde de Guta Oriental passou de 500, sendo mais de 120 crianças, informou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição com sede em Londres que monitora a guerra civil no país, noticiou a televisão pública britânica BBC.

Só hoje pelo menos 29 civis foram mortos na região, sendo 17 na principal cidade, Duma. A Rússia, que intervém militarmente no conflito desde 30 de setembro de 2015 em apoio à ditadura de Bachar Assad, nega participação direta no bombardeio a Guta Oriental, o último reduto rebelde na região de Damasco, a capital da Síria.

Em Nova York, por unanimidade, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato de 30 dias para permitir o acesso de ajuda humanitária.

Por iniciativa da Rússia, foram excluídas da trégua a organização terrorista Estado Islâmico e as três milícias jihadistas que controlam Guta Oriental: Jaish al-Islam (Exército do Islã), Faylaq al-Rahman (Legião de al-Rahman) e Hayat Tahrir al-Sham (Organização ou Comitê para a Libertação do Levante), uma aliança da qual faz parte a antiga Frente al-Nusra, braço da rede terrorista al Caeda no conflito sírio.

Esta exclusão permitiria a continuação da ofensiva da ditadura de Bachar Assad para desalojar os rebeldes de Guta Oriental, cercada por forças governistas e milícias aliadas desde 2013, quando um ataque com armas químicas matou 1.729 pessoas. Pode tornar inócua mais uma resolução da ONU.

Na propaganda oficial, as forças sírias e aliados estão "libertando" Guta Oriental do controle de "terroristas", como a ditadura de Assad chama todos os seus inimigos. Com a intervenção militar russa e o fim do Estado Islâmico, atacado também pelos Estados Unidos e aliados, o regime sírio reassumiu o controle sobre a maior parte do território do país e tenta acabar com os últimos redutos rebeldes.

Cerca de 500 mil pessoas foram mortas na guerra civil síria, que completa sete anos em março. Doze milhões, mais da metade da população, fugiram de suas casas e 5 milhões saíram do país. Daqui a 15 dias, o Conselho de Segurança da ONU deve avaliar a aplicação do cessar-fogo.

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