A Coreia do Norte enviou à Síria 50 toneladas de materiais usados para construir uma fábrica para produção de armas químicas em grande escala, constatou um relatório confidencial das Nações Unidas citado pelo jornal americano The Wall Street Journal.
No fim de 2016 e 2017, relata o informe, uma companhia chinesa fez cinco viagens para a Síria a serviço da ditadura comunista de Pyongyang, transportando telhas resistentes a ácido e a altas temperaturas, válvulas e tubos de aço inoxidável.
A ONU vê nisso uma prova de que o ditador Bachar Assad está comprando tecnologia militar norte-coreana no valor de bilhões de dólares por ano, com o aval de seu aliado e maior patrono, o Irã. O relatório foi baseado em informes de serviços secretos que investigam violações às sanções impostas pelo Conselho de Segurança.
Para driblar as sanções internacionais contra seu programa de armas nucleares, o regime stalinista de Pyongyang vende tecnologia de proliferação de armas de destruição em massa. Larry Niksch, ex-pesquisador do Congresso dos EUA, estima que nos últimos 10 anos a cooperação militar com o Irã rendeu à Coreia do Norte de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões por ano.
O Centro de Pesquisas e Estudos Científicos da Síria, responsável pelo desenvolvimento de armas químicas pagou à Corporação de Comércio, Desenvolvimento e Mineração da Coreia pelos materiais através de uma série de empresas de fachada.
Durante a investigação da ONU, a China negou ter conhecimento de que uma empresa chinesa tenha feito negócios com a maior vendedora de armas da Coreia do Norte. Mas prometeu abrir inquérito sobre o caso.
Os Estados Unidos ameaçaram bombardear de novo a Síria se o regime de Assad usar armas químicas. A Sociedade Médica Sírio-Americana, uma organização de ajuda humanitária, acusou o ditador sírio de atacar pelo menos três vezes com armas químicas neste ano. O governo sírio nega.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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