quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Partido aprova candidatura à reeleição do presidente da Nigéria

A comissão executiva nacional do partido Congresso de Todos os Progressistas (APC) endossou a candidatura do ex-ditador e atual presidente Muhammadu Buhari à reeleição na Nigéria, o mais rico e mais populoso país da África, noticiou hoje a agência Reuters.

Buhari, de 76 anos, ficou cinco meses afastado no ano passado para tratamento de saúde no Reino Unido, suscitando dúvidas sobre sua capacidade de governar a Nigéria. O ex-presidente Olusegun Obasanjo fez um apelo para que ele não se candidate.

As eleições presidencial e parlamentares estão marcadas para 16 de fevereiro de 2019, com posse em 29 de maio. Será a quarta eleição presidencial desde o fim da última ditadura militar, em 1999. O presidente nigeriano governa por um mandato de quatro anos, com direito a uma reeleição.

Em dezembro de 1983, Buhari liderou um golpe de Estado e governou o país como um ditador até agosto de 1985. Hoje, apresenta-se como um "democrata convertido" que não pode mudar o passado.

Muçulmano do Norte de Nigéria, a região mais pobre do país, Buhari sucedeu a Goodluck Jonathan, um cristão sulista, num revezamento adotado para manter o equilíbrio interno do país.

Uma de suas maiores promessas de campanha era derrotar a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que acaba de sequestrar mais 110 meninas em mais um ataque a uma escola secundária, em sua campanha contra a "educação ocidental".

Durante seu governo, houve um reinício da violência política na região do Delta do Rio Níger, principal zona de produção de petróleo do país, e um fortalecimento do movimento do povo ibo pela independência de Biafra, causa de uma das maiores guerras civis da África pós-independência, de 1967 a 1970, quando um milhão de pessoas morreram, muitas de fome, no cerco ao território dominado pelos rebeldes.

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