O Exército da Nigéria anunciou o resgate ontem de 76 estudantes e dos cadáveres de outras duas que estavam desaparecidas desde um ataque da milícia extremista muçulmana Boko Haram à vila da Dapchi, no estado de Yobe, próxima de Maiduguri, capital do estado de Borno, no Nordeste do país, noticiou a agência Reuters. O resgate seria desmentido dias depois.
Pelo menos 110 meninas ainda estão desaparecidas. Poucos pais puderam festejar: "Estamos celebrando sua volta para casa com músicas e orações a Deus todo-poderoso", declarou Babagana Umar, pai de uma das estudantes resgatadas. "A notícia triste é a morte de duas meninas sem explicação."
A Nigéria ainda vive sob o trauma do sequestro de 270 meninas de uma escola secundária de Chibok, em abril de 2014, pelo mesmo grupo terrorista. Algumas conseguiram fugir. Outras foram resgatadas. Cerca de 100 ainda são mantidas reféns do Boko Haram, que significa "não à educação ocidental". No mês passado, o grupo divulgou um vídeo onde uma garota dizia que não pretende voltar para casa.
Ao invadir Dapchi segunda-feira à noite com pintura de guerra em caminhonetes e picapes, algumas com ninhos de metralhadora montados na caçamba, os terroristas foram diretamente para a escola, onde chegaram atirando. No meio da confusão, professores e alunas tentaram fugir.
Cerca de 20 mil pessoas foram mortas e 2,6 milhões fugiram de casa desde que o Boko Haram aderiu à luta armada para impor a lei islâmica à região, em 2009. Em março de 2015, seu líder, Abubakar Shekau, jurou lealdade à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. O Boko Haram passou a se apresentar como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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