Os Estados Unidos geraram em janeiro de 2018 200 mil postos trabalho a mais do que fecharam, revelou o relatório mensal de emprego, divulgado hoje pelo Departamento do Trabalho. O índice de desemprego, medido em outra pesquisa, ficou inalterado em 4,1%. É o menor em 17 anos. A média dos salários aumentou 2,9%, aumentando a probabilidade de alta nas taxas básicas de juros, o que provoca uma queda na Bolsa de Valores de Nova York.
A abertura de novas vagas superou a expectativa do mercado, que era de um saldo de 177 mil empregos. Foram mais 196 mil empregos no setor privado e 4 mil no setor público, noticiou o jornal The Wall Street Journal.
O salário médio no setor privado avançou 0,34% no mês e 2,9% nos últimos 12 meses. Foi o maior ganho anual desde junho de 2009.
O número de contratações em novembro e dezembro foi revisado para baixo, com menos 24 mil empregos. A média dos últimos três meses ficou em 192 mil vagas, acima da média de 2017, que foi de 181 mil novos postos de trabalho por mês.
O mercado de trabalho nos EUA cresce sem parar por um período recorde de sete anos e quatro meses. A participação das pessoas em idade de trabalhar neste mercado ficou em 62,7%, sem alteração.
"No último trimestre, os ganhos no mercado de trabalho se aceleraram, embora a recuperação tenha entrado no oitavo ano", observou o economista Jed Kolko, do sítio sobre emprego Indeed. "Os setores de colarinho azul lideraram a carga: a mineração e a construção civil estão mais uma vez entre os setores de maior crescimento. Tem mais: a indústria manufatureira está acompanhando o crescimento geral no momento, embora não o suficiente para reduzir a tendência de queda em longo prazo."
A Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, está de olho na pressão dos salários sobre a inflação. O Fed persegue uma meta informal de 2% ao ano. Nos últimos 12 meses, os preços ao consumidor subiram em média 1,7%. O núcleo da inflação, excluídos os preços mais voláteis de energia e alimentos, ficou em 1,5% ao ano.
Agora, a expectativa do mercado é de uma alta nos juros na reunião do Comitê de Mercado Aberto de março e um total de três até o fim do ano.
No fim do pregão, o Índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou em queda de 650 pontos (2,5%), a maior queda num dia desde 23 de junho de 2016, quando os britânicos aprovaram em plebiscito a saída do Reino Unido da União Europeia.
Na pior semana em dois anos, a perda foi de 1.096 pontos. As causas foram uma mistura de expectativa de alta nos juros, resultados fracos das empresas que estão divulgando balancetes trimestrais e incerteza política causada pela divulgação de um memorando interno produzido pelo Partido Republicano que acusa o Departamento da Justiça e o FBI (Polícia Federal) de partidarismo na investigação sobre um possível conluio da candidatura do presidente Donald Trump e a Rússia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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