O preço de uma cesta básica para uma família de cinco pessoas na Venezuela chegou em janeiro de 2018 a 24,4 milhões de bolívares. É um aumento de 47,9% em relação a dezembro de 2017 e de 3.829% em 12 meses, revela o relatório mensal do Centro de Documentação e Análise Social (Cendas) da Federação Venezuelana de Professores. São necessários 98 salários mínimos para comprá-la.
O salário mínimo, hoje de 248,5 mil bolívares, não é páreo para uma hiperinflação que deve chegar a 13.000% neste ano, de acordo com a previsão mais recente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Um almoço custa em média 76 mil bolívares. No câmbio negro, o dólar vale hoje 226.536,12 bolívares.
A alta nos preços é impressionante, de 146% para o café, 84% para raízes e tubérculos, 74% para peixes e frutos do mar, 61% para carnes e derivados, 50,6% para frutas e hortaliças, 45% a 49% para grãos, cereais e derivados, 32% para leite, queijos e ovos, 17% para azeite e gorduras, 12% para açúcar e sal, e 1,3% para molhos e maioneses.
Enquanto o desabastecimento atinge mais de 80% dos produtos normalmente comercializados em armazéns e supermercados, a diferença entre os preços oficiais tabelados e os preços reais é de 179.174,5%.
Neste último relatório, aumentou a escassez de 52 produtos, inclusive sabonete, cera para assoalhos, papel higiênico, faldras, toalhas sanitárias, lâminas de barbear descartáveis, leite condensado, desodorante e dos seguintes medicamentos: Atamel, Losartán Potássico, Amlopidina, aspirinas, Omeprazol, Lansoprazol, Dilantin, Gilbenclamida, Gildan, Biofit, Tamsulon, Zyloric, Tamsulossina, Heprox, Secotex, Urimax e antialérgicos; e dos anticoncepcionais Belara e Trental.
Desde a morte do caudilho Hugo Chávez, em 5 de março de 2013, e da ascensão ao poder do ditador Nicolás Maduro, a economia venezuelana encolheu de 30% a 50%. Maduro é candidato à reeleição em 22 de abril. Os principais candidatos e a aliança oposicionista foram proibidos de concorrer.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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