O Exército de Libertação Nacional tenta retomar as negociações de paz com o governo da Colômbia. Depois de romper a trégua e matar sete policiais, o grupo guerrilheiro de esquerda anunciou ontem um cessar-fogo durante as eleições parlamentares do próximo mês e propôs o reinício do diálogo.
"Quando nos aproximamos das eleições de 11 de março, mesmo que não endossemos este processo falho, em sinal de respeito aos homens e mulheres da Colômbia que irão votar, o ELN vai cessar suas operações militares ofensivas entre 9 e 13 de março", declarou o grupo em nota publicada na Internet.
Nestas eleições para a Câmara e o Senado, pela primeira vez, os ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) vão participar do processo político como Forças Alternativas Revolucionárias do Comum (FARC), depois de um acordo negociado durante quatro anos, em Cuba. O partido preserva a marca registrada do que era o maior grupo guerrilheiro de esquerda colombiano.
As negociações com as FARC são o modelo para o ELN, que tem muito menos poder de barganha. As FARC, enfraquecidas pela guerra deflagrada pelo presidente Álvaro Uribe (2002-10), tinham 8 mil homens em armas quando o governo Juan Manuel Santos o diálogo pela paz, em 2012. O ELN tem entre 1,5 e 2 mil guerrilheiros desgastados por uma guerra sem sentido.
Na declaração de cessar-fogo, o ELN pede a Santos que "marque uma data para o início da quinta rodada de negociações e envie uma delegação para o diálogo em Quito. Naquela data, todos os nossos delegados também irão à capital do Equador."
O diálogo entre o governo Santos e o ELN começou em 7 de fevereiro de 2017, em Quito. Foi suspenso pelo presidente colombiano em 29 de janeiro de 2018 depois de vários ataques da guerrilha que resultaram na morte de sete policiais. Uma unidade de guerrilha urbana do ELN reivindicou um ataque a Barranquilla em que cinco policiais morreram e 41 saíram feridos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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