Ao defender uma ação militar contra a Síria porque "o massacre químico não pode ficar impune", o presidente François Hollande reafirma a intenção da França de atacar mesmo sem a participação do Reino Unido, mas faz uma ressalva: "Não se trata de derrubar o ditador sírio".
Depois que o Parlamento Britânico negou ontem autorização ao primeiro-ministro David Cameron para bombardear a Síria, o plano de ataque dos Estados Unidos está sendo reavaliado.
Os deputados britânicos podem mudar de posição diante do relatório de uma comissão das Nações Unidas que investiga o uso de armas químicas na a ser apresentado nos próximos dias na guerra civil síria, mas só 25% dos britânicos apoiam a intervenção militar ocidental e 50% são contra. Cameron interpretou sua maior derrota como reflexo da opinião pública.
Em entrevista ao jornal Le Monde, Hollande insistiu na necessidade de punir o regime sírio mesmo com um ataque limitado, sem o objetivo de mudar a relação de forças no campo de batalha nem de derrubar o ditador.
Hollande declarou não haver dúvida de que houve um ataque com armas químicas num subúrbio de Damasco, a capital síria, em 21 de agosto de 2013. A única questão seria identificar os responsáveis.
"A oposição não tem nenhuma arma desse tipo", raciocina o presidente francês. "Todos os estoques estão sob o controle de Bachar Assad. Além disso, o bairro atacado não foi escolhido ao acaso nem inadvertidamente. É uma zona-chave para o controle pelo regime das vias de comunicação que levam a Damasco".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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