A democracia liberal é a maior ameaça ao poder absoluto do Partido Comunista da China, adverte um documento interno revelado pelo jornal The New York Times.
Entre os sete perigos listados pelo PC, agora sob a liderança do novo presidente chinês, Xi Jinping, estão a "democracia constitucional ocidental", "valores universais" como "direitos humanos", "meios de comunicação independentes", "participação cívica", o "neoliberalismo econômico" e a "crítica niilista" do passado traumático do partido.
Xi acumula os cargos de secretário-geral do partido e presidente da Comissão Militar do Comitê Central, que controla o Exército Popular de Libertação. Com uma campanha anticorrupção, o julgamento do neomaoísta Bo Xilai, que começa daqui a dois dias, e esse documento sigiloso, começa a imprimir sua marca.
Numa megaestrutura burocrática como o PC chinês, há uma tentativa de mudar, mas não muito, para manter o essencial, o monopólio de poder. Diante do extraordinário desenvolvimento econômico do país, surgiu uma classe média que começa a dar "palpites" políticos. "A classe média é muito palpiteira", comentou recentemente um dirigente comunista.
Quando houver uma crise econômica, as novas elites econômicas criadas pelas reformas lançadas por Deng Xiaoping a partir de 1978 vão questionar o poder absoluto do PC. O documento indica que o partido teme que esta hora esteja próxima.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário