Depois de 35 anos, a China está prestes a mudar sua política de controle da natalidade, que só permite que cada casal tenha um filho e é muito impopular.
"A política do filho único pode ser relaxada no fim de 2013", disseram os economistas Ting Lu e Xiaojia Zhi, do Bank of America Merrill Lynch, em nota divulgada no último fim de semana. "Acreditamos que o presidente Xi Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang, que são reformistas, vão aproveitar a oportunidade para abolir a política do filho único, mostrar sua determinação de promover mudanças e convencer o povo chinês de que têm um roteiro para reformas".
Quando a política foi introduzida por Deng Xiaoping, décadas depois de Mao Tsé-tung adotar políticas de aumento da população, cada casal só podia ter um filho. Agentes do partido e do governo controlavam até o ciclo menstrual das trabalhadoras em empresas estatais. Quem tivesse um segundo filho perdia os subsídios governamentais. Nas zonas rurais, para evitar o infanticídio de meninas, os casais podiam ter mais de um filho.
Com o extraordinário desenvolvimento das últimas três décadas e meia, muitos casais têm hoje dinheiro suficiente para sustentar mais de um filho sem depender do Estado. Quando o filho único morre, é uma tragédia para a família.
Além disso, o filho único às vezes tem de sustentar pai, mãe e avós das duas famílias. O mercado de trabalho caminha para um gargalo e a incipiente Previdência Social pode ficar sobrecarregada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário