quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Egito prende porta-voz da Irmandade Muçulmana

O porta-voz oficial da Irmandade Muçulmana, Ahmed Aref, foi preso hoje no bairro Cidade de Nasser, no Cairo, e levado para a prisão de Tora, de onde também hoje saiu o ex-ditador Hosni Mubarak, informou o sítio do jornal Al-Ahram.

A Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico do mundo, fundado em 1928, chegou ao poder pelo voto depois da Primavera Árabe. Foi afastada em 3 de julho com o golpe militar contra o então presidente Mohamed Mursi, que continua detido. O supremo líder espiritual do grupo, Mohamed Badie, também foi preso nesta semana.

Como único grupo político organizado do Egito durante uma sucessão de governos militares, a Irmandade ganhou eleições parlamentares e presidencial, mas não conseguiu resolver os problemas econômicos que se acumulam, foi acusada de autoritarismo, de abuso de poder e de trair os ideias democráticos da revolução que depôs Mubarak em fevereiro de 2011.

Desde o golpe do mês passado, o novo governo tenta claramente desarticular a Irmandade. Já não deu certo no passado. O Egito vai enfrentar um período turbulento pela frente. A crise econômica, que ajudou a derrubar Mubarak e só se agravou desde então, vai forçar a busca de algum consenso.

Da Primavera Árabe, resta a determinação do povo egípcio de ter mais controle sobre seu próprio destino. Aquele desejo irreprimível de liberdade da revolução na praça está vivo.

O problema do Egito é o autoritarismo de suas duas grandes instituições: as Forças Armadas e a Irmandade Muçulmana. No momento, o diálogo é impossível. A democracia passa pela construção de instituições democráticas.

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