Uma onda de atentados contra alvos xiitas matou pelo menos 85 pessoas hoje no Iraque, no feriado do Eid, que marca o fim do sagrado mês do Ramadã, que neste ano foi o mais violento desde o auge do conflito sectário entre sunitas e xiitas, entre 2006 e o início de 2008.
A situação melhorou com o aumento do número de soldados da força de ocupação dos Estados Unidos ordenado pelo então presidente americano George W. Bush no início de 2007.
Desde a retirada das tropas americanas, em 2011, a rede terrorista Al Caeda, sunita, intensificou os ataques contra alvos xiitas, com o objetivo de deflagrar uma guerra civil entre os dois grandes ramos do islamismo. A decisão do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki de acusar líderes sunitas de "terrorismo" só agravou a tensão, reduzindo as condições para uma solução pacífica.
Com a guerra civil na vizinha Síria, onde vários grupos sunitas lutam contra a ditadura liderada pelo minoria alauíta, uma das correntes do xiismo, a violência aumentou. Neste mês do Ramadã, o terror ceifou centenas de vidas, aprofundando a crise permanente em que vive o Iraque desde a invasão americana, em 2003, não que a vida sob a ditadura de Saddam Hussein fosse aceitável.
Pior do que uma ditadura, que é uma guerra civil de um governo contra seu próprio povo, é um estado de anarquia, sem lei, segurança e autoridade, que é uma guerra de todos contra todos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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